Continua a série de 17 conselhos para ser um gestor melhor:
11 – Ame a loja. Viva na loja. Arrume a loja. Venda na loja. Quando nos perdemos das lojas nos perdemos de nós mesmos.
Quando a gente começou, contratamos 5 loucas e loucas. Gente que amava vender, num país que as pessoas têm vergonha de se dizer vendedores.
A turma que estava fazendo o recrutamento me treinou antes de dar o treino aos demais. E descobri por que a auto-estima era tão baixa.
Era mais ou menos assim: não fale com o cliente, não toque no cliente, não chegue perto do cliente, a temperatura da loja é XYZ, o som da loja tem tantos decibéis. Ensinavam os vendedores a ser robôs, sob o ponto de vista do treinamento os vendedores tinham que se colocar num nível abaixo do cliente.
Eu decidi que a gente não ia ser treinado assim.
Abrimos a loja com aqueles cinco malucos do bem. E um deles, o Fabinho, que hoje é sócio da Reserva, depois de alguns minutos de loja aberta, veio me questionar sobre o som que estava tocando. Era 2006, a cena eletrônica ainda estava nascendo no país, e ele achava que ela é que ia ditar o ritmo do salão.
No dia seguinte ele trouxe a música e botou no som da loja. E a gente já oferecia uma cerveja. Quando olhei, os clientes estavam com cervejas nas mãos e dançando.
Tudo o que a turma fazia de bacana na loja a gente ia anotando num livrinho.
Hoje são milhares de verbetes abertos por pessoas que trabalham nas lojas. Um livro que a gente chama de Experiência Reserva.
Então o treinamento não fui eu, nem nenhum outro sócio que inventou. Foi o pessoal que vende, que faz a marca todos os dias.
No momento em que o varejista, ou qualquer empresário, se afasta do ponto de venda, se afasta do cliente, ele se perde do negócio. Umbigo no balcão. Rua. Estrada!