Quando Glaucio Cristelo tinha 10 anos, seu pai comprou um teclado. Para ele, não para o menino. Mas o pequeno ficava atento às aulas que o pai recebia em casa. De tanto perturbar, conseguiu que ele também se transformasse em aluno. O pai só colocou uma condição: “se não treinar duas horas por dia, aulas suspensas”.
Essa história já tem 27 anos. Glaucio transformou o piano no seu ganha-pão. Em 2009, criou o projeto “Piano-rock” e lançou o primeiro CD. De lá pra cá, participou de inúmeros programas de TV e se apresentou em todas as últimas edições do Rock in Rio, de 2011 pra cá. Em Lisboa, participou dos eventos de 2016 e 2018. Não fosse pela pandemia, estaria fazendo as malas para a edição lusitana, que foi cancelada.
Aquela exigência do pai – tocar 2 horas por dia – vem sendo seguida por Gláucio desde então, embora agora já não mais como condição.
– Antes da quarentena, eu tocava todo dia, era show de segunda a segunda – diz. – Era contratado do Barrashopping e do Shopping Leblon, e também fazia show em teatro, para empresa, show particular, enfim, todo dia eu tava tocando, em contato com o público – explica.
Quando veio o isolamento, o pianista achou “que ia pirar”. Antes disso veio a ideia das lives, para as quais também tem mantido o ritmo diário, há dois meses. Normalmente acontecem em seu canal, sempre às 19h.
– A intensidade das minhas lives dá a sensação de que estou fazendo um show, não diminuo em nada. No último sábado, no canal da Reserva, foram 1h20 em pé, uma pedrada atrás da outra.
A nosso pedido, Gláucio selecionou cinco músicas que ele considera os maiores clássicos do rock. No look, ele também veste clássicos da Reserva.