Hipertenso, pré-diabético, com uns quilinhos a mais.
– Sou altamente grupo de risco, por isso foi punk – diz Ronaldo Monteiro, do setor de Contabilidade da Reserva, falando sobre o período em que pegou Covid-19.
Depois de ter perdido paladar e olfato e ter sofrido com dores no corpo, febre e diarreia, ele viu a situação piorar de pouco em pouco, e teve que ir ao hospital fazer exames. Ao fazer tomografia do pulmão, os médicos perceberam que o pulmão já estava 30% comprometido. Mas o pior, ele garante, foi na cabeça.
“Às vezes acordava de madrugada passando mal, sem ar, pensando se teria vaga no hospital, respirador. Comigo, mexeu muito mais com o psicológico“
– É uma doença terrível, não mexe só com o corpo, mexe com a cabeça também. Às vezes acordava de madrugada passando mal, sem ar, pensando se teria vaga no hospital, respirador. Comigo, mexeu muito mais com o psicológico – avalia Ronaldo.
O dia em que passou pior coincidiu com seu aniversário – 10 de maio –, e a recuperação foi seu presente. Mas o desgaste foi tamanho que, até hoje, Ronaldo não contou a seus pais que passou pela doença – eles só estão sabendo a partir deste post.
A mulher, grande parceira no período crítico, felizmente não foi contaminada, depois de tantos cuidados tomados.
– Foi um ano muito louco e intenso. Agradeço a minha esposa, guerreira, pelo tempo todo ao meu lado. Quando a saturação estava baixa, lá estava ela me animando – lembra.
Mesmo com tudo o que passou, Ronaldo não perde o otimismo, e só a esperança em dias melhores já é suficiente para lhe arrancar o sorriso das fotos que acompanham este texto.
– Neste ano novo, vou brindar à vida – diz.